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sábado, 2 de maio de 2015

Oh mãe que saudade eu sinto de você!

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Coloquei o filtro da arte naquela cena comum,
 e a luz - que até então estava escondida -, veio surpreender-me com seu poder de claridade.

 A mulher simples, mãos calejadas de lida rotineira, 
mulher que aprendeu a curar as dores do mundo

 a partir de meus joelhos esfolados de quedas e estrepolias.
 Aquela mulher, minha mãe, 
rosto iluminado pela labareda que tinha origem no fogão de lenha. 

Trazia consigo o dom de me devolver a calma,
 que a vida tantas vezes insistiu em me roubar. 

Aquela cena: mulher, fogão de lenha, 
panela preta escondendo a brancura de um arroz feito na hora.

É uma das cenas mais preciosas que meu coração não soube esquecer. 

Saudade de mãe é coisa sem jeito,
 chega quando menos imaginamos: um cheiro,

 uma melodia, uma palavra... uma imagem, 
e eis que o cordão do tempo, nos convida ao retorno da infância.

 Como se um fio nos costurasse de novo ao colo da mulher que primeiro nos segurou na vida e agora nos pudesse regenerar.

 Saudade de mãe é ponte que nos favorece um retorno a nós mesmos; travessia que borda uma identidade muitas vezes esquecida, perdida na pressa que nos leva.

 Saudade de mãe é devolução, é ato que restitui o que se parte;
 é luz que sinaliza o local do porto,

 é voz no ouvido a nos acalmar nas madrugadas de desespero e solidão, 
através de uma frase simples:

 Dorme meu filho! Dorme! Hoje,
 nesse dia em que a vida me fez criança de novo, 

Neste instante em que esta cena feliz tomou conta de mim,
 uma única palavra eu quero dizer:

 Oh mãe que saudade eu sinto de você!

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